Sábado, 25 de Fevereiro de 2006
Deserto de Ecos - António Marques Leal
O escuro desta noite fez-me ter medo de olhar para ti,
mas o dia que despontou,
mesmo na altura em que o luar era apagado pela estrela da manhã,
fez nascer em mim uma nova força
O meu comentário?
Tive muito medo; ainda tenho muito!
Medo de atravessar o deserto e não encontrar água.
Mas, nem tudo esteja perdido, se me guiar pela estrela da manhã, porque é a única coisa que me resta:
A luz do sol para me fazer acreditar que há uma janela aberta algures!
Quarta-feira, 15 de Fevereiro de 2006
OS NOMES INTERDITOS por Maria do Rosário Pedreira
Agora há uma dor que pousa nas palavras.
Não as digas - um nome basta para dividir o coração.
Se me esqueceste entre um livro e outro, finge que não sei:
despede-te de mim como uma lâmpada antiga,
deixa que a tua sombra seja a minha única paisagem
O meu comentário?Tenho o coração dividido.
Fui "esquecida" entre um livro e outro; já o sei, mas não vou deixar que a sombra desse alguém seja a minha "única paisagem".
Estou conformada, mas não convencida e por isso, vou partir para outras paisagens.
Quarta-feira, 8 de Fevereiro de 2006
Os Nomes Inúteis - Maria do Rosário Pedreira
Dormem entre nós dores que não conheces.
Adormeceste primeiro - e o meu passado é
um relógio antigo que arrelia o silêncio.
Se me tivesses dito o teu nome quando chegaste,
podias fazer já parte destas memórias
O meu comentário? Já sei os nomes que me atormentam e que fazem com que chore.
Sei as dores que escondo - sei o que guarda o meu silêncio, mas sei também os nomes a quem estou muito grata.
E esses nomes fazem, sim parte das minhas memórias!
Terça-feira, 7 de Fevereiro de 2006
De Maria do Rosário Pedreira
Onde queres que o encontres
Onde queres que o encontres - escrito,
rasgado ou desenhado na areia, no papel,
na casca de uma árvore, na pele de um muro,
no ar que atravessar de repente a tua voz,
na terra apodrecida
sobre o meu corpo - é teu para sempre
o meu nome
O meu comentário:Será??Por vezes, fazem tudo para o esquecer.
Só nós é que o lembramos!
Sexta-feira, 3 de Fevereiro de 2006
Nenhum nome depois
de Maria do Rosário Pedreira
Diz-me o teu nome - agora, que perdi quase tudo,
um nome pode ser o princípio de qualquer coisa...........
O meu comentário?O meu nome significa "SENHORA DA CASA" e como tal, as janelas e as portas estão sempre abertas,
não só para os amigos, mas também para a lua e o sol brinquem e desenhem novos padrões de cor e de amor.É a única coisa que não se perde - o nome..............
Identifica-nos; molda-nos e enfeita-nos...........
Quarta-feira, 1 de Fevereiro de 2006
Encontrei este poema da Florbela Espanca, num livro. Infelizmente, não sei o nome!...
Odeio o teu doce sorriso,
odeio o teu lindo olhar
E ainda mais a minh'alma
Por tanto e tanto te amar
O meu comentário?Não te vou odiar; apenas lamento não ter (talvez quem sabe, seja essa a razão) sabido te amar!
Ou tu achado que o teu amor não era suficiente!
Mas será que o amor se mede?