Segunda-feira, 27 de Junho de 2005
POEMA À MÃE
No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe
Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos
Isto é apenas parte do poema escrito por Eugénio de Andrade, no livro "Os Amantes sem Dinheiro".Foi um amigo que me enviou - sem mais nada escrito!Apenas o poema, uma simples homenagem ao poeta e a cada uma das nossas mães.
Quinta-feira, 16 de Junho de 2005
APENAS UM RUMOR
E no teu rosto
aberto sobre o mar
Cada palavra era
apenas o rumor de um
bando de gaivotas a passar
Eugénio de Andrade
Se os rumores fossem só isso.......Mas, às vezes, magoam muito as pessoas e fazem com que as coisas nunca voltem a ser o que eram!!!
Terça-feira, 14 de Junho de 2005
Em homenagem a Eugénio de Andrade, só podia transcrever um dos seus versos:
Quase nada
O amor é uma ave a tremer
nas mãos de uma criança.
Serve-se de palavras por ignorar
que as manhãs mais limpas não têm voz
Curioso pensar, mas voltamos outra vez à infância quando amamos!
E sentimo-nos desamparados e hesitantes porque somos ultrapassados por um sentimento mais profundo do que nós próprios!
Segunda-feira, 13 de Junho de 2005
E COMO FALAR DE AMOR SE ESTOU MORTO?
E como falar de amor se estou morto?
Se nós mortos não temos paixões,
nem de humanos afectos sentimentos
somente dos vivos somos o espanto
Cartas do Inferno - Ramon Sampedro
É um poema violento - sente-se a angústia, a frustação, a dor deste homem, que ficou tetraplégico e quis morrer, porque a vida deixou de ter sentido.Nada mais posso dizer; apenas gostava de receber os vossos comentários!
Terça-feira, 7 de Junho de 2005
Quarto Crescente
Amanheceu!
Mais um belo dia que desponta!
E mais um dia tenho
para te amar!
Memórias de uma lua - Nadina Carvalho
Eu tenho mais um dia para amar o mundo e o que de bom há nele!
Talvez ainda mais, porque tu existes e mesmo que sejamos só amigos, isso já dá uma outra luz ao mundo!!
Segunda-feira, 6 de Junho de 2005
FIM
O Fim
Sepulta em si mesmo
O que já não é, mas foi
O vazio de um talvez
E o silêncio de um Adeus
Memória de uma Lua - Nadina Carvalho
Creio que se há um "talvez", não é propriamente um fim!Será o renovar do espaço, a procura doutras saídas, o reencontro com o próprio ser!
Quanto ao Adeus, o silêncio pode ser a palavra de ordem, mas encontra-se o silêncio noutras palavras, tão frias e crúeis como o largar tudo e andar sem olhar para trás!
Quarta-feira, 1 de Junho de 2005
"Quatro letras nos matam quatro facas
que no corpo me gravam o teu nome.
Quatro facas amor com que me matas
sem que eu mate esta sede e esta fome.
"
As facas - Manuel Alegre
Agora que o reli novamente, vejo que estava errada quando o analisei pela primeira vez.Eu disse que o achava agressivo!!
O amor pode ser agressivo, por causa da tensão em que estamos! Não admira que ele fale em "facas", que nunca "mate esta sede e esta fome"!Está sempre a mudar, a descobrir facetas ocultas, perdidas e/ou esquecidas!E, não, não estou a confundir com violência doméstica, porque aí há um vazio de sentimentos!