Segunda-feira, 28 de Março de 2005
Matéria lírica, a dor e o amor. Amados
Sofremos porque não somos bastante.
Melancolia, mal do Eu.
Nocturno nº 3 – Ana Marques Gastão
Não sei quem tu és, mas vou descobrir!Encontrei este teu "nocturno" e escrevi-o no meu bloco, porque concordo contigo!
Achamos sempre que não somos amados o suficiente!Mas o amor não nos deve sufocar; pelo contrário, o amor deve fazer com que o sol, a luz, as estrelas nunca desapareçam da nossa vida!
Seja de que forma for!Porque continua a ser só nosso!
Segunda-feira, 21 de Março de 2005
VERSOS DE ORGULHO - FLORBELA ESPANCA
O mundo quer-me mal, porque ninguém
Tem asas como eu tenho!
Porque Deus me fez nascer Princesa entre plebeus.
Numa torre de orgulho e de desdém!
Talvez porque quem de ti inveja tem, não sabe o que escondido em si tem!Nunca se preocupou em saber se podia ultrapassar a barreira; contenta-se com uma vida vazia; não se enriqueceu!
Não procurou cavalgar as ondas ou brincar às escondidas com a luz e com o sol!
Pena que não tenhas encontrado, como eu, pessoas que apreciamsaber os segredos das estrelas e em quem elas confiam!!
Terça-feira, 15 de Março de 2005
Mendiga – Florbela Espanca
Na vida nada tenho e nada dou;
Eu ando a mendigar pelas estradas...
No silêncio das noites estreladas
Caminho sem saber para onde vou!
Fiz o que não devia, Florbela!
Mendiguei o amor de alguém e aprendi, da forma mais dura que não se deve fazer isso!
O amor dá-se, conquista-se, explora-se nas noites estreladas de que falas!
Mas não se pode mendigar - porque não é verdadeiro!
Apenas ficamos com falsas ilusões e depois, quando acaba, ficamos realmente sem saber para onde vamos!
FLORBELA ESPANCA – Neurastenia
Chuva... tenho tristeza! Mas porquê?
Vento...tenho saudades! Mas de quê?
Ò neve que destino triste o nosso!
Ó chuva! Ó vento! Ó neve!
Que tortura!
Gritem ao mundo inteiro esta amargura
Digam isto que sinto que eu não posso!!...
Como eu te entendo!
É realmente uma tortura ter que esconder a dor, Florbela!
Morte = libertação!
Mas, Florbela, eu não posso - eu tenho que ficar!
Os outros pouco importa o que pensam e o que dizem- mas, os meus Pais não!
Segunda-feira, 14 de Março de 2005
Reli novamente o poema da Florbela Espanca, “Em vão” e acho que as coisas só serão em vão se desistirmos!
Valorizamos o que não devemos e esquecemos que há outra gente que merece que se perca tempo com ela.
Eu perdi tempo com alguém, que não merece que eu o faça, porque olhando para trás, vejo que nada me deu em troca.
Ignorou-me (culpa minha ou não, não interessa) e a decisão que tomou, nada tem a ver comigo!
É triste ter que pensar assim; custa-me pensar assim, mas como diz o poema de Sophia:
“
Mas como sem os amigos
Sem a partilha o abraço a comunhão
“
Aqui não houve amizade; nem qualquer partilha – é apenas alguém que se conhece e a quem se diz olá do outro lado do passeio, sem parar!
Terça-feira, 8 de Março de 2005
Há muito – Sophia de Mello Breyner Andresen
Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vaza.
- ANTOLOGIA "O MAR" -
Encontrei novo poema sobre o mar, a que estou profundamente ligada.Talvez seja uma das razões porque gosto tanto dos poemas de Sophia!
Talvez uma outra razão seja porque com os poemas dela começei a perceber e a amar a poesia!Talvez porque as imagens que propaga me façam pensar e rever as minhas próprias imagens, descobrindo assim novos horizontes e novos poemas!!
Talvez porque aquela sensação de "quente" de que falo (http://amartaeeu,blogspot.com) me invade sempre que abro um livro dela!
Segunda-feira, 7 de Março de 2005
EUGÉNIO DE CASTRO
Procuremos somente a beleza, que a vida,
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma
Sombra que passa
Á procura de versos de Florbela, encontrei este. Não conheço muito bem este poeta, devo confessar, mas identifiquei-me logo com o poema.A beleza está em todo lado; basta procurar!
Pode demorar um minuto;pode demorar a vida inteira para se compreender verdadeiramente o que é a beleza!
Dos sonhos, da paixão, do amor, do carinho - enfim, tudo aquilo que devemos agarrar e proteger como se tratasse de um tesouro!Porque é a nossa vida!
Quinta-feira, 3 de Março de 2005
Em vão – Florbela Espanca
Passo triste na vida e triste sou,
Um pobre a quem jamais quiseram bem!
Um caminhante exausto que passou,
Que não diz onde vai nem donde vem!
Às vezes, penso que não devia ler os versos dela, pois os sentimentos que me desperta são de tal forma fortes que choro dias a fio! Identifico-me plenamente com o que diz, pois neste momento, sinto-me uma vagabunda sem eira nem beira!
Não estou bem em lugar algum - mas o mais curioso de tudo, é que não me sinto só!